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A guerra dos pracinhas contra traças e cupins

Veteranos da FEB

A guerra dos pracinhas contra traças e cupins

Associação dos Veteranos da Segunda Guerra, sem recursos e abandonada, marca a data para fechar as portas

Chico Otavio

No auge da campanha em Montese, na Itália, a bateria de canhões do
segundo-tenente Hélio Mendes chegou a disparar 2.500 tiros contra os
nazistas. A batalha, vencida pelos brasileiros, foi uma das mais difíceis
ações dos pracinhas na Europa. Como observador avançado, Hélio tinha de se
aproximar o máximo possível do alvo para fornecer a posição aos artilheiros..
Hoje, 63 anos depois, ele e seus companheiros de campanha conhecem
finalmente uma derrota. Contra traças e cupins.

Hélio é o presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força
Expedicionária Brasileira. A entidade, que congrega os brasileiros que
combateram na Itália e chegou a ter 5 mil sócios, está abandonada e prestes
a fechar as portas. Reduzida a menos de 600 associados em dia com a
mensalidade de R$20, já não tem fôlego para manter os salários de oito
empregados e despesas de manutenção. Um déficit mensal de R$15 mil não
oferece outra saída: a partir do mês que vem, os empregadores cumprirão
aviso-prévio e um mês depois é o fim.

A associação ocupa um estreito e modesto prédio de cinco andares na Rua das
Marrecas 35, Centro do Rio. Na entrada, os visitantes são recepcionados com
a frase: """"Conspira contra a sua própria grandeza o povo que não cultua os
seus feitos heróicos"""". Fracos e doentes (Hélio Mendes, de 83 anos, é o mais
novo dos diretores), os pracinhas tentam uma última cartada antes de
abandonar este ideal. Assembléia marcada para 16 de abril vai sacramentar a
extinção. Em carta, pediram ao Palácio do Planalto doação de R$300 mil para
continuar.

Os heróis das campanhas de Montese, de Monte Castelo, do aprisionamento de
uma divisão inteira alemã e tantos outros feitos históricos, em quase oito
meses de campanha, guardam o fôlego que sobrou para a batalha final. Só
restam vivos, calculam os dirigentes, 15% do efetivo que enfrentou os
nazistas. Outras entidades, regionais e nacionais, representam os pracinhas
Brasil afora. Mas a associação, com um dos mais importantes acervos colhidos
nos campos de batalha e a gestão do Mausoléu da FEB, está entre as mais
importantes.

Farda ganha buracos 63 anos após a guerra

Última baixa na tropa foi a copiadora, que parou de funcionar

A carta dos pracinhas ao Palácio do Planalto é até discreta no apelo à
doação. Não cita, por exemplo, que, no museu, a farda do marechal
Mascarenhas de Moraes é devorada lentamente pelas traças, indiferentes ao
fato de abrirem dezenas de buracos nos trajes que vestiram o comandante das
tropas brasileiras na Segunda Guerra.

Na quinta-feira, nova baixa entristecia os veteranos: a máquina copiadora
parou de vez.

- Não tem problema. Vamos tirar cópias na rua - ordenou o presidente,
tentando manter o moral elevado.

Dos cinco andares, dois continuam funcionando. O quinto, onde fica a
diretoria, a tesouraria e a administração; e o térreo, onde está o museu. Os
três outros, que exibem carpetes sujos e esburacados, persianas despencando,
poeira e mofo, perderam a utilidade. No terceiro, por exemplo, a antiga mesa
de jogo de cartas está vazia:

- Isso aqui vivia cheio. Apostávamos R$1 por jogo. Quem ganhava todas saía
com R$5. Hoje, ninguém mais aparece. Muitos morreram e outros estão idosos
demais para sair de casa - lamenta o ex-aspirante Israel Rosental, que
serviu como dentista na frente de batalha.

Para segurar a inadimplência, a associação instituiu o boleto de cobrança
domiciliar, evitando que os sócios alquebrados se deslocassem até o Centro.
Embora tenha facilitado o pagamento, serviu também para afastar parte dos
poucos associados que se encontravam na sede em dia de pagamento.

-Na França, veteranos têm até hotéis em castelos-

Hélio Mendes diz que o tratamento aos heróis de guerra em outros países é
diferente. Segundo ele, na França, a Sociedade de Ajuda Mútua da Legião de
Honra é órgão público e tem quatro castelos transformados em hotéis, gerando
renda para auxiliar os ex-combatentes.

Uma das últimas limpezas no museu, que expõe armas de pracinhas e do
Exército alemão, fardamento, bandeiras (uma, nazista, foi tomada pelos
brasileiros) e outras preciosidades, foi feita graças à ajuda de
colecionadores de veículos militares, liderada pelo baterista João Barone,
do Paralamas. O músico, filho de um veterano de guerra, promete """"passar o
capacete"""", colhendo doações para evitar que os pracinhas saiam de cena.

Acreditamos que outras instituições em seu estado esteja passando por dificuldades semelhantes, vamos se unir e tentar ajudar!

Quem puder ajudar deposite qualquer quantia na conta abaixo:


Associação Nacional dos Veteranos da FEB (Rio de Janeiro)
Banco Bradesco
Ag. Cinelândia nº 3176-3
C/C. nº 84692-9.
CNPJ. 33856758/0001-85.



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